domingo, 31 de maio de 2009

Atividade para pensar o Leão - IR








OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO: DEDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES.


PROGRAMAÇÃO

08:00 Credenciamento

08:20 Apresentação do NUPEX;

09:00 Oficina. Ementa: Políticas Públicas; Dedução de IR,Caso Concreto.


A importância da discussão na região e no Brasil se faz necessária em face da falta de conhecimento (prático, teórico e legislativo) em torno deste importante instrumento de consolidação de políticas públicas que envolvem centenas/milhares de crianças e jovens em nossa região e país.


Os Conselhos Tutelares desde sua criação nunca dispôs de estrutura material suficiente para que suas atividades possam ser desenvolvidas de forma potencializada, em seu trabalho essencial no campo da promoção da cidadania.


O momento é oportuno visto que também os contribuintes possam fiscalizar, acompanhar e apoiar de forma concreta a forma com que em seus impostos estão sendo aplicados na sociedade em seu cotidiano a partir desse instrumento de dedução do imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas.


Aguardamos sua presença, assim como divulgação deste evento.


Oficineiros (Palestrantes):

Prof. Msc. Stênio (Receita Federal e FIS)

Prof.Eduardo Fernandes ( Prof. da FIS e Coordenador do Projeto OBA É O ECA)

Profa. Katherine Bandeira (NUPEX – FIS)

Sr.Josenildo André Barbosa (Secretário de Desenvolvimento Social de Serra talhada)

LOCAL: Auditório da Faculdade de Integração do Sertão-FIS
DATA: 04/06/2009
CERTIFICADO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 4h/a


Faculdade de Integração do Sertão- FISNúcleo de Pesquisa e Extensão - NUPEX

PROJETO DE EXTENSÃO OBA É O ECA http://obaoeca.blogspot.com/

domingo, 17 de maio de 2009

Uma semana - 104 anos


















Uma semana daquelas de tirar o folêgo para o Sport.

Um dia para ficar na história.

13 de maio de 2009, feliz aniversário, 104 anos.

A vitória contra o Palmeiras não foi suficiente para continuar ruma à conquista das américas.

Perder jogo de futebol nos penaltis é uma penalidade para quem joga melhor durante toda a partida.

Jogo com aquele gosto que dava para ganhar tranquilo, mas faltou tranquilidade, não apenas nas cobranças das penalidades, mas desde o primeiro jogo na última terça-feira.

O dia seguinte após essa partida foi um misto de ressaca com orgulho, dúvidas, comentários, análises táticas, debates psicológicos e relações espirituais, enfim continuamos nossa jornada, que a cada dia aumenta, time consolidado e temido, torcida que faz sua parte (vibrando ou cobrando).

O símbolo trás consigo não apenas a história de campeão da taça leão do norte no idos do século XX em Belém do Pará, mas também leva para todas as regiões o símbolo de um Estado nas suas camisas e meiões.

Após a música Leão do Norte, com a qual presto minhas homenagens ao Sport, pouco tenho a dizer sobre essa relação - torcida, futebol, Estado, paixão, cultura - talvez seja um desabafo (Bafo do Leão) que tem contra sua história até mesmo os nordestinos concentrados em bares para assistir e torcer pelo "verdão", "mengão", "vascão", "timão" ou 'fogão"...

Leão do Norte
(Lenine e Paulo César Pinheiro)

Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou o boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de Maracatu
Eu sou um alto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luis Gonzaga
E vou dando um cheiro em meu bem

Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte

Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pife no meio do Canavial
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite puxando esse cordão
Sou jangadeiro na festa de Jaboatão
Eu sou mameluco...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Editar















Editei textos, buscando palavras convictas e de repercussão.

Cataloguei sentidos em texturas e hiatos de sofreguidão.

Ruminei catástrofes, refratando multidões e serenidade.

Fervi lapsos em tonalidades amanhecidas e hierarquizadas ao meu dispor.

Problematizei cenas, captando a vigança dos oprimidos e suas subversões.

Organizei umas medates que terminavam sendo um começo de uma nação.

Legislei verbos, adotando risos e insultos malditos de uma imensa intromissão.

Por fim, quebrei mastros, adornos, hinos e projetos, lambi selos que não encontravam cartas,encantei-me com as letras esparsas e sua formatação, apesar de ser uma forma insipientemente revolucionária que nesse momento muda apenas um detalhe na coloração .

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Eduardo Galeano - escrito velho sempre novo para pensar no dia 01 de maio outros delírios












O direito ao delírio - Eduardo Galeano

Tradução: Celeste Marcondes

Já está nascendo o novo milênio. Não dá para levar muito a sério este assunto: afinal de contas o ano de 2001 dos cristãos é o ano 1379 dos muçulmanos, o 5114 dos maias e o 5762 dos judeus. O novo milênio nasce em primeiro de janeiro por obra e graça de um capricho dos senadores do Império Romano que um belo dia decidiu romper a tradição que mandava celebrar o Ano Novo no começo da primavera. E a contagem dos anos da era cristã é outro capricho: um belo dia o Papa decidiu ...

Milênio vai, milênio vem, a ocasião é propicia para os oradores de inflamada verve perorar sobre o destino da humanidade e para os porta-vozes da ira de Deus anunciem o fim do mundo e a destruição geral, enquanto o tempo continua de boca calada, sua caminhada ao longo da eternidade e do mistério.

Verdade seja dita, não há quem resista: em uma data assim, por mais arbitrária que seja qualquer um sente a tentação de se perguntar como será o tempo que virá. E vai saber como será... Temos uma única certeza: no século 21, se ainda estivermos aqui, todos nós seremos gente do século passado e, pior ainda, seremos gente do passado milênio.

Mesmo que não possamos adivinhar o tempo que será, temos sim, pelo menos, o direito de imaginar o que queremos que seja. Em 1948 e em 1976 a ONU proclamou extensas listas de direitos humanos; porém, a imensa maioria da humanidade não tem nada mais que o direito de ver, ouvir e se calar.

Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar? Que tal poder delirar, mesmo que seja um ratito no más?

Vamos cravar nosso olhar mais além da infâmia, para antever outro mundo possível: o ar está limpo de todo o veneno dos medos humanos e das humanas paixões; nas ruas, os automóveis serão destruídos pelos cães; o povo não será manejado pelo automóvel nem programado pelo computador, nem será comprado pelo supermercado, nem será olhado pela televisão; o aparelho da TV deixará de ser o membro mais importante da família e será tratado como o ferro de passar ou a máquina de lavar roupas; o povo trabalhará para viver em vez de viver para trabalhar; será incluído nos códigos penais o delito da estupidez, que cometem quem vive para ter ou para ganhar, em vez de viver para viver simplesmente, como canta o pássaro sem sabe que canta e como brinca a criança sem saber que brinca; em nenhum país serão presos os jovens que se negam a servir o exército, se não querem fazê-lo; os economistas não chamarão nível de vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida a quantidade de coisas; cozinheiros não acreditarão que as langostas gostam de ser fervidas ainda vivas; os historiadores não acreditarão que os países ficam encantados quando são invadidos; os políticos não acreditarão que os pobres ficam encantados ao comer promessas; a solenidade deixará de ser tida como uma virtude e ninguém levará a sério a quem não seja capaz de não se levar a sério; a morte e o dinheiro perderão seus mágicos poderes e nem por falecimento ou por fortuna o canalha será convertido em virtuoso cavalheiro; ninguém será considerado herói ou idiota por fazer aquilo que acredita justo em lugar de fazer o que mais lhe convém; o mundo já não estará em guerra contra os pobres, mas sim contra a pobreza e a indústria militar não terá outra remédio do que declarar falência; a comida não será uma mercadoria nem a comunicação um negócio, porque a comida e a comunicação são direitos humanos; ninguém morrerá de fome porque ninguém morrerá de indigestão; as crianças das ruas não serão tratadas como lixo porque não haverá crianças de rua; as crianças ricas não serão tratadas como se fosse dinheiro porque não haverá crianças ricas; a educação não será um privilégio de quem pode pagá-la; a policia não será a maldição de quem não pode comprá-la; a justiça e a liberdade irmãs siamesas condenadas a viver separadas, voltarão a viver juntas, bem juntinhas, ombro a ombro; uma mulher negra será presidente do Brasil e outra mulher negra será presidente dos Estados Unidos, uma mulher índia governará a Guatemala e outra o Peru; na Argentina, as loucas da Praça de Maio serão exemplos de saúde mental porque elas se negaram a esquecer os tempos de amnésia obrigatória; a Santa Madre Igreja irá corrigir as erratas das Tábuas de Moisés e o sexto mandamento ordenará que se festeje o corpo; a Igreja também ditará outro mandamento que Deus esqueceu: “Amarás a natureza, da qual fazes parte”; serão reflorestados os desertos do mundo e os desertos da alma; os desesperados serão esperados e os perdidos serão encontrados porque eles são os que se desesperarão de tanto esperar e os que se perderão de tanto procurar; seremos compatriotas e contemporâneos de todos os que têm vontade de justiça e vontade de beleza, tenham nascido e tenham vivido quando tenham vivido sem que se considerar nem um pouquinho as fronteiras do mapa ou do tempo; a perfeição continuará sendo o chato privilégio dos Deuses; porém, nesse mundo desajeitado e fudido, cada noite será vivida como se fora a última.