terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Foto de Natal - reflexão de ano novo


Bem...a foto de Natal/RN,
faz tempo que não vou por lá,
mas pelo sítio da prefeitura saquei essa foto,
poderia ter escolhido a cidade de Belém/PA,
ou quem sabe até uma das nossas com nome de santo/a;
Escolhi a foto de Natal/RN porque quis,
assim como, tenho milhares de motivos para não gostar do Natal,
motivos esquisitos,particulares,
ou estranhamente constituídos pela minha demência,
nem lembro mais das justificativas...apenas quis que fosse assim.
Enfim... é Natal e ano novo na mesma esquina semanal do calendário cristão,
como bons e tolhidos ocidentais que somos não perdemos nossa chance de jogar na cara do resto do mundo que dominamos o tempo na sua contagem progressiva-regressiva ,
estamos cá indo para 2008.
O que tenho para dizer nesses dias tão próximos, Fernando Bonassi irá me auxiliar,
E ano que vem volto por aqui para enrolar expectativas de outras esquinas...Oxalá crescido de coração...
" Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa.Deus veio num raio. Então aparecem os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança." - 15 cenas de descobrimento de Brasis. Fernando Bonassi.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

BSB - Sem esquinas


Peguei em direção ao eixão.
Cruzei a cidade encantado com as luzes de natal.
Encostei na asa sul e desci do ônibus.
Anjos de plumas asfaltadas.
Entendi porque João de Santo Cristo que era santo não conseguiu falar para o presidente quando chegou aqui.
Cidade sem esquina e com quadras,
Lugar sem bairro e com Setores.
Aqui quem é de fora do quadradinho não tem vez.
Diz ao meu amor que aqui é seco e o clima afeta as pessoas, algumas não...
As esquinas daqui são invisíveis, são poderes espalhads: micros e macros...Tem Feira de Importados ao lado da Feira do Paraguai...uaí...e o que é do Paraguai não é importado!
Quem não quer entender de buraco,não precisa conhecer tatu, mas se quiser ir até mais adiante de rato vai ter que sacar.
Aqui tem magia e meditação...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Nas esquinas da vida - passa o Trem das Sete



Não gostaria de repetir tão cedo Raul Seixas, a composição não é dele, mas é conhecida por sua interpretação. Repetir Raul, é considerar esse final de semana marcado por uma situação díficil,através de uma angulação que nos ajude pensar a nossa existência nas esquinas da vida. O falecimento da mãe de um grande amigo, e de outras pessoas próximas, por ligações de parentesco ou não, me levam a perceber mais ainda a importância que os seres humanos dão uns aos outros, mesmo que isso se perca em vários momentos do cotiano, o fato de que pessoas se encontram para rezar ou não, apontam mesmo com que algumas particularidades ou interpretações, um total pertencimento em relação a nossa fragilidade perante tudo, naquele instante de pesar, sentir, respeitar, compreender, abraçar, chorar, apoiar, falar, pensar, calar enfim diversas formas de exteriorizar e/ou interiorizar sentimentos.Cada vez que acompanho situações como essas, que para alguns são passagens ou outros acreditam que é o encontro com Deus, além de outras diversas formas de interpretar e conceber esses instantes, eu percebo a minha dificuldade em lidar com uma extrema não-espiritualidade racional que busco preservar, não quero discutir isso nesse momento, apenas deixar registrado, na esquina entre a vida e a passagem do Trem, que mesmo a propaganda do cartão de crédito insista que : "A VIDA É AGORA",compreendo que a vida são várias e contínuas, em suas esquinas, estações, plataformas, portões, portas, janelas e formas de visualizar suas interrupções e continuidades, absolutamente necessárias.

Trem das Sete - Raul Seixas
Composição: Indisponível
"Ó, olha o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem Ó, olha o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho aeon Ó, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem Ó, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem, Quem vai chorar, quem vai sorrir ?Quem vai ficar, quem vai partir ?Pois o trem está chegando, tá chegando na estação.É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão. Ó, olha o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu,não é mais. Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspensono ar. Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos edos guardiões. Ó, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de milmegatons. Ó, ó o mal, vem de braços e abraços com o bem numromance astral."
Ps. Mesmo que fãs e conhecedores de Raul dizem que o sentido na música não tem muita relação com a que faço, sinto muito...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Acampados na esquina


Não...
Eles não esperam na esquina,
criam esquinas para outras alternativas,
Sim...
Elas querem mais do que flores,
plantam suas histórias nas vidas.
Talvez...
Outros não compreendam.
Outras desmerecem cada nova esquina dessa.
Eu duvido que você não tenha uma razão para lutar.
Eu duvido que você consiga compreender sem ir lá.
Mais de 124.000 famílias buscando dimensões para continuar.

Acampamentos 2005
NF = Número de Famílias
Alagoas
4.543 NF
Bahia
30.862 NF
Ceará
1.300 NF
DF e Entorno
2.148 NF
Espírito Santo
671 NF
Goiás
671 NF
Maranhão
2.126 NF
Mato Grosso
3.630 NF
Mato Grosso do Sul
6.657 NF
Minas Gerais
2.485 NF
Pará
1.782 NF
Paraíba
2.600 NF
Paraná
6.105 NF
Pernambuco
19.278 NF
Piauí
13.000 NF
Rio de Janeiro
1.091 NF
Rio Grande do Norte
1.800 NF
Rio Grande do Sul
2.765 NF
Santa Catarina
1.100 NF
São Paulo
4.000 NF
Sergipe
14.881 NF
Tocantins
745 NF
TOTAL NF - 124.240
dados - http://www.mst.org.br/

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

- Raul estamos na velha esquina e tem uma nova sociedade alternativa virtual artística vindo aí...


Na esquina do Universo com a Universidade,
E agora Carpinteiro do universo, maluco beleza, pantera, estamos no Século XXI!
Raul Seixas me diria exatamente nessa mesma esquina no qual se encontra na foto: Vai procurar o Pastor João e a Igreja Invisível, pois ele transforma água em vinho,chão em céu, pau em pedra, cuspe em mel,pra ele não existe impossível,Pastor João e a igreja invisível.
Ou melhor depois da ressaca buscando me tranquilizar nesses aperreios dizria que: “A arte é o espelho social de uma época e tudo o que se passa. O artista, criador, sente profundamente e, conscientemente ou não, acaba por comunicar esse momento dentro do seu próprio prisma. E existem tantos prismas como existem muralhas. Embaixo desse mar petrificado o comunicador tenta, com seus instrumentos de trabalho, ajudar a ordem natural das coisas a movimentar-se de novo. Ajuda, sem impor, à despetrificação do rio para que as águas do processo histórico continuem a correr.Nada acaba. Tudo é mutável”.
(Raul Seixas, O Baú Revirado)
Citado na Tese de Doutorado em História Social da USP: Vivendo a sociedade alternativa: Raul Seixas no Panorama da Contracultura Jovem.PorLuís Alberto de Lima Boscato – quem estiver interssado/a deixe o contato que repasso por mensagem eletrônica.

Foto : http://www.raulrockclub.com.br/ - Raul nos EUA durante exílio em 1974.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Direito- esquina quilombola com o Estado.



Foto da Faculdade de Direito da UFPB por Eduardo - eu mesmo.

Em que esquina o direito se enconta com a justiça?

Em que lei encontra-se o fundamental que constituí as relações?

Em que ano essa imagem de uma esquina interna serão realmente postas em favor de adjetivações substantivas abstratas - justiça, democracia,equidade...

Enquanto isso...em mais uma esquina de conflitos : Quilombolas x Estado(Marinha).
Marambaia recorre à ONU

Quilombolas e ONGs pedem intervenção da ONU no caso Marambaia
A Campanha Marambaia Livre, composta por 18 organizações e movimentos sociais, encaminhou denúncia às Nações Unidas sobre as graves violações de direitos humanos que vêm ocorrendo contra os quilombolas da Ilha da Marambaia, em Itacuruçá (RJ). Desde a década de 1970, quando a Marinha do Brasil assumiu a administração da Ilha, os remanescentes de quilombos estão impedidos de construir, reparar ou ampliar suas casas e ainda realizar pescas em nome da segurança nacional.
O informe relata as sistemáticas violações ao direito à titulação da terra, à moradia adequada e ameaça de despejos forçados aos moradores remanescentes de quilombolas da Ilha. O documento foi encaminhado ao Representante do Alto Secretariado de Direitos Humanos de Deslocamentos Internos, Walter Kälin, e ao Relator Especial sobre Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Relacionadas de Intolerância , Doudou Diene.
A denúncia está sendo enviada às Nações Unidas dois meses após o Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRJ) acatar o pedido de suspensão de segurança solicitado pela União. O recurso jurídico – criado em 1969 em plena ditadura militar e ao qual somente o governo tem acesso – foi acatado pelo TRJ suspendendo os efeitos da interpretação do juiz da Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pirro, favorável à conclusão dos procedimentos – no prazo de um ano – para a titulação das terras dos quilombolas da Ilha da Marambaia.
O informe faz um breve histórico sobre a presença dos remanescentes de quilombos na Ilha, cujas comunidades foram organizadas entre os anos 1532 e 1888, período em que Joaquim Breves, conhecido traficante de escravos, trazia os escravizados para a região com o objetivo de recuperá-los fisicamente, antes de serem vendidos.
Desde então, os quilombolas ocupavam a Ilha pacificamente, até a chegada da Marinha, em 1971. Os militares restringiram visitas de familiares e vetaram as atividades de agricultura e pesca. No entanto, enquanto proibia a comunidade de realizar suas atividades, a Marinha do Brasil construía estradas, depósitos de lixo, pista de pouso e manobra. Tais atividades vêm afetando sistematicamente os sítios arqueológicos da região, cemitério, incluindo a área residencial.
Batalha jurídica
A batalha judicial começou em 1997, quando os militares passaram a recorrer a ações judiciais contra os moradores, qualificando-os de invasores. Até 1999, muitas famílias foram expulsas e suas casas demolidas.
Em 2002, o Ministério Público Federal contestou as ações da Marinha entrando com uma Ação Civil Pública contra a União e a Fundação Cultural Palmares. No mesmo ano, a Fundação Palmares assinou contrato com a organização civil e ecumênica Koinonia para elaborar relatório técnico de identificação e demarcação dos limites dos territórios quilombolas. Em 2003, a comunidade organizou-se na Associação de Remanescentes de Quilombos da Ilha da Marambaia (AQIMAR). Em 2004, a Fundação Palamares expediu a Certidão de Reconhecimento para a comunidade quilombola.
Há pouco mais de um ano, uma comissão federal apresentou uma proposta de delimitação da área que reduzia drasticamente as terras pertencentes à comunidade e não atendia as necessidades básicas dos moradores. A proposta não foi aceita. Recentemente, a Marinha intimou sete moradores a depor (entre eles, o casal Renata Mariano e Lázaro Santana), porque, amparados por uma decisão judicial, construíram casas ou retornaram à Ilha. Uma clara tentativa de criminalização dessas ações. Hoje a Ilha da Marambaia integra 14 praias e abriga 600 pessoas distribuídas em 90 casas.
Além da ONU, a denúncia também está sendo encaminhada para diversas autoridades brasileiras, entre elas a Casa Civil, Secretaria Especial de Direitos Humanos, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e o Incra.
Lista das entidades e representantes das associações quilombolas que integram a Campanha Marambaia Livre!
Associação de Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia (ARQIMAR)
Associação de Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (ACQUILERJ)
Coordenação Nacional das Comunidades de Quilombos (CONAQ)
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço
Projeto de Direitos Econômicos Sociais e Culturais da FASE (DESC/FASE)
Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP)
CRIOLA
Centro de Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola
Centro Pelo Direito à Moradia Contra Despejos (COHRE)
Grupo de Defesa Ambiental e Social de Itacuruçá (GDASI)
Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)
Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP)
Justiça Global
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)
Comissão Pró-Índio de São Paulo
Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Grupo Tortura Nunca Mais
HUMANITAS - Organização para Direitos Humanos e Cidadania

Autor: Helena Costa
Data: 30/11/2007

http://www.koinonia.org.br/default.aspurl=http://www.koinonia.org.br/detalhes_noticias.asp?id_noticia=1146