segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Aos/as Examinadores/as - de mala e cuia



Bons motivos e sustos são suficientes para realizar uma mudança.
Os bons motivos:
1 - Não sentia interesse em continuar escrevendo.
2 - Em alguns momentos as esquinas eram apenas ruas e vias que urgiam em realizar pequenos momentos de reflexão meramente pessoal.
3 - As esquinas da vida faziam parte das minhas esquinas e em vários aportes não realizava seu papel de diaologar com outras esquinas.
Os sustos :
1 - Um livro com o mesmo nome do blog, de um autor local e estranho em relação ao sentimento que tenho sobre as esquinas.
2 - Uns outros blogs, fotologs e outras coisas do tipo com o mesmo nome, seria eu que estava sem originalidade, ou os demais?Daqui a pouco alguém iria me convidar para uma comunidade virtual de "esquinas da vida", isso me deixou tremendamente assustado.
Caros e caras examinadores/as, diante dessas questões e outras, resolvi mudar, aliás, permanecer no mesmo espaço, com o mesmo endereço, mas aproximando o endereço ao nome do local.
Em breve estarei de volta, com algo mais ácido (troxe uma cor mais alegre para o espaço virtual, porém com mais jeito de terra, vômito e baunilha), aos/as examinadores/as, talvez consiga transparecer alguém mais disciplinado, pirado e marcado pelo tempo, por enquanto apenas um Drummond para aliviar a mudança e os pensamentos :
"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira".

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Esquina eleitoral


Pois bem, viramos mais um instante político partidário representativo na história brasileira.
Alguns empolgados, outros desinteressados e vários sem ilusões.
Acredito que a Era das ilusões já foi faz tempo, a questão central não está em truques, magias ou apontamentos frouxos, mas sim em uma realidade-questionável e um futuro-constituindo-se em mutação rotineira.
Para aqueles que acreditam piamente nos processos eleitorais enquanto processo de mudança, consquista, abertura de novas perspectivas e ações, espero que tenham curtido o momento, pois apesar dos céticos e incrédulos, estamos finalmente no Brasil completando 19 anos de eleição direta, sem interrupção e com muita coisa para enfrentar no campo legislativo e executivo.
Para aqueles que não acreditam mais nesse meio de constituição da legitimação política representativa, espero que observem a política partidária enquanto componente agregado aos interesses populares - mesmo que não sejam os seus,meus, nossos interesses populares -a pedra de toque se dá com a possibilidade de democraticamente possibilitar um maior processo de participação e construção das alternativas constitutivas de representatividade para maior exercício do poder por amplos e vários segmentos da sociedade civil e do próprio Estado.
Outros não estão interessado na primeira alternativa - democracia representativa - ou na segunda alternativa - democracia participativa - nessa categoria temos os que abertamente se colocam como apoílitos (categoria também associada ao alienado) e aqueles que compreendem os processo revolucionários enquanto saída viável do jogo capitalista, empresarial, industrial opressor, do qual as eleições, conselhos, fóruns e outros espaços fora da sua órbita de ataução estão cooptados pelo capital, enfim, nada serve, apenas o que faço parte, creio e tenho a habilidade de transitar nas temáticas, leituras, discursos e poder de negociação.
Nesse campo, essa esquina eleitoral tem mais a contribuir nesse instante com aqueles que se consideram apolíticos/alienados, utilizando a obra de Bertold Brecht enquanto "sacode" para as futuras manifestações democráticas - que não estão restritas aos processos de eleição, ou reformistas, podem ser revolucionários (desde que realmente todos/as possam participar).
Apenas do poema que segue faço uma reticência....Bertold poderia ter deixado as prostitutas de fora, atualmente exercem seu poder de negociação política e intervenção social para superação de um preconceito cínico e histórico, contra pessoas que trabalham diariamente para a lascívia corporal e mental de milhares de pessoas que na maioria das vezes fazem discursos morais ou perjorativos em torno desses homenes, mulheres e travestis que expõe suas vidas em outras esquinas não virtuais.
O Analfabeto Político", por Bertolt Brecht
O pior analfabeto
É o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil queda sua ignorância política
Nascem a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.