quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Revolucionários e suas esquinas


Eric hobsbawm tem um livro chamado Revolucionários, neste compêndio de Ensaios ele faz análises-esquinas sobre os comunistas, anarquistas, marxistas, guerrilhas e outros componentes, encerrando o livro com reflexões sobre Revolução e Sexo, Cidades, Maio de 1968 e os Intelectuais. Nesse último tópico eu estava bastante preocupado com a distância entre o ensaio escrito (ano 1971) e os dias atuais (2008),meu desafio atualmente é fugir de rótulos e ao mesmo tempo compreender inúmeras possibilidades de transformação da sociedade, e nesse sentido termino voltando ao rótulo, pois creio nas revoluções, mesmo que sejam apenas nas mentes e corações, foi delicioso encontrar algumas perspectivas renovadas das leituras de Gramsci e Marx, o pensador-historiador lançou sobre o século passado seus olhares e aos intervalos para esse século que estamos vivenciando perspectivas.Eric jogou suas dúvidas,desconfianças, alegrias e uma pequena biografia pessoal, sendo este ensaio o mais pessoal do livro.
Encosto hoje após a folia de momo - que se me trouxe uma febre sem fim - na singela frase do ensaio e uma imagem de Sebastião Salgado para esquentar a esquina no ano de 2008. " Dizer que a maioria dos revolucionários hoje é intelectual não equivale a dizer que farão a revolução.Quem fará a revolução, supondo-se que esta ocorra, é uma questão mais complicada, como o é o problema, muito mais superficial, de identificar quem está habilitado a chamar-se revolucionário, além dos partidários da insurreição ou da luta armada imediata que reivindicam o monopólio desta qualificação."
Foto: http://notasaocafe.files.wordpress.com/2007/06/arealman3.jpg

Um comentário:

Anônimo disse...

As vezes sinto como se minha cabeça fosse entrar em pane, porque a única coisa que sei é que nesta sociedade eu não acredito, mas também não vislumbro os moldes revolucionários que muitos de meus amigos foram arrebatados. É complicado. E confuso, porque o que me move é justamente acreditar numa mudança, mesmo que seja de mentes e corações.
Enfim, não li Hobsbawn, mas lerei um dia. =]
Então limito-me a ficar na espera (tentando fazer algo, como diria Paulo Freire, porque o meu tempo de espera é um tempo de que fazer) e deixo um abraço.


"Como presença consciente no mundo não posso escapar à responsabilidade ética no meu mover-me no mundo. Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que faço no mover-me no mundo e se careço de responsabilidade não posso falar em ética. Isto não significa negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos
seres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, permita-se-me reiterar, é problemático e não inexorável."