quarta-feira, 18 de março de 2009

O efeito da vida









Convoca a não durabilidade da vida para momentos que sentimos a froxuidão da tênue relação entre o nascimento e o falecimento.
As convenções sociais estabelecidas a partir de relações sanguíneas ou não, demonstram a fragilidade do caminho cotidiano.
Nascer é ser conduzido por situações, relações, emoções que não estão estabelecidas através de um desejo pessoal.
Falecer é um não ser conduzido...É um não ser que transborda significados para aqueles que ainda são,relaciona fatos, lembranças, emoções, desejos, frustrações, falas, olhares e também a falta disto tudo.
O efeito desses encontros e desencontros são vidas que circundam diariamente pessoas que transitam alheias aos que todos sabem, através de um jargão popular tão dito, quanto não percebido, até que nos aproximam dela: "da vida, só temos certeza, a morte".
Apesar dessa certeza, e de todas as dúvidas em relação a continuidade da vida,o falecimento ou nascimento de alguém próximo nos prosta diante da nossa humanidade. Toda engrenagem aflora, de forma espiritual,ritualística, religiosa, material, burocrática, emocional, racional e irracional, configura um pequeno segundo de repercussões profundas.
São bons/ruins dias com ventos suaves, listras circulando os pensamentos, expressões de novos momentos.Enquanto envelheço rapidamente, outros partem para outras dimensões, mas principalmente ficam na mente.
Essa semana, completo mais um ano, ciclo, momento ou alento, pois será o primeiro que quem me viu nascer tão de perto, e observou minhas transformações compreensíveis ou não, estará apenas na minha mente. Minha avó, fotografata enquanto partia o bolo dos 77 anos, e eu nascido em 77 manuseava a máquina para um registro que encontra-se impossível amanhã. Dia 19.03, não é meu aniversário, mas o sétimo dia do falecimento dela, o horário será às 19:30, quantos números e quantas aproximações...Efeitos da vida, de quem vive e sabe que um dia não estará mais por aqui.

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