quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Energia - Cá com meus botões e suas casas.


Relacionar as ações com imprevistos, para meus botões e casas sempre foram momentos de esquinas. As vezes que não podemos quantificar toda a instabilidade insurrecto desses lugarejos. Alguns instantes podem pormenorizar o drama através de qualificações ou reflexões. Essa semana em contato com uma rotação diferenciada em se analisar as fissuras do mundo deparei novamente com o dilema ações x imprevistos. Lançar o olhar através de uma futurologia impalpável, acreditando na ferocidade humana para sua própria redenção. Quantos riscos podemos nos submeter? Lembro que de certa feita jogaram água benta na minha cabeça e disseram que eu estava livre do pecado original, mas outros vieram, tantos pecados poucas absolvições. As casas da camisa largos e puídos, os botões tantas vezes re-alinhavados e mal-tratados. Acordei hoje em vez de poesia pensava em energia, nossa esquina do dia aponta: “Com mais desenvolvimento teremos menos energia. Com menos energia encontramos mais colapsos de produção. Com mais colapso de produção revistaremos menos conceitos desenvolvimento. Com mais desenvolvimento...”Simplista mas centrifugamente necessários?

Brasil terá de administrar um cenário energético complicado em 2008 e pode ter problemas de suprimento no médio prazo caso cresça mais de 5% ao ano, alerta a agência de avaliação de risco Fitch Ratings no seu relatório sobre as perspectivas de energia para a América Latina neste ano.

Por, Carolina Glycerio,Da BBC Brasil em São Paulo

"O robusto crescimento da demanda de energia gera preocupações sobre o suprimento se esse crescimento passar de 5% ao ano", diz o relatório da Fitch, na parte dedicada ao Brasil.

"O principal desafio do governo para os próximos cinco anos é tornar viável a expansão da matriz energética", acrescenta.

A agência prevê um ano difícil para toda a região, por causa da conjunção de três fatores: crescimento da demanda, escassez de gás e aumento dos preços dos hidrocarbonetos.

"Este ano pode ser mais um desafio para as companhias de geração de energia que lutam para manter o suprimento diante do aumento da demanda na região", afirma a agência. "Em particular, o ano será desafiador no Cone Sul, em meio à crise do gás natural."

'Progressista'

O Brasil, no entanto, aparece no relatório entre os países mais bem preparados para enfrentar os problemas que virão por causa da sua estrutura regulatória, considerada "atraente para os investidores".

"Em geral, a estrutura do Brasil é progressista em comparação com os outros países da região", disse Gianna Bern, diretora da Fitch para a América Latina. "No entanto, a crise do gás vai afetar o Brasil também, e os preços de outras fontes de energia estão aumentando."

Bern também faz a ressalva de que a situação do Brasil pode ser considerada favorável em relação ao resto da região desde que o país possa contar com as suas hidrelétricas do Sudeste - prejudicadas por causa da escassez de chuvas.

São citados como positivos no relatório o fato de o país, assim como Colômbia e Chile, permitir que companhias repassem o aumento dos custos de geração de energia aos consumidores e o de as tarifas "refletirem aumentos nas estruturas de custo".

A Argentina é o destaque negativo no relatório por fazer justamente o contrário, fixar os preços, e assim supostamente afastar potenciais investidores.

"O melhor exemplo (de países que não permitem o repasse do aumento de custos aos consumidores) é a Argentina, onde as tarifas congeladas e a intervenção do governo nas exportações de gás natural desestimularam investimentos no setor."

Segundo o relatório, enquanto houve "muito pouco investimento" no setor elétrico argentino de fora do país, no Brasil as regras do setor estimularam "uma série de projetos públicos e privados de geração de energia".

Gás

No curto prazo, porém, o Brasil continuará a depender do gás para mover as termelétricas, pelo menos até que o nível dos reservatórios das hidrelétricas melhore.

Para Ricardo Carvalho, diretor-sênior de ratings corporativos da Fitch Ratings no Brasil, até que isso aconteça, o governo deveria restringir o uso do gás nos veículos a fim de preservar os reservatórios.

"Flexibilizar o gás é uma medida muito perigosa porque já tem um desequilíbrio entre demanda e oferta. Você continuar utilizando o gás para outra fonte que não seja a geração de energia acaba por maximizar os riscos", diz Carvalho. "É uma medida impopular, resta ver o quanto o governo vai esperar por São Pedro."

Segundo o relatório da Fitch, a tendência pelo menos no curto prazo é que a demanda de gás natural continue a ultrapassar a oferta regional.

"Seria uma posição pró-ativa não esperar a luz vermelha acender para tomar outras decisões porque, daí sim, elas serão mais drásticas e as conseqüências serão maiores. A gente espera que o governo administre de forma mais intensa os sinais que estão sendo dados. Eles são fortes e preocupantes."

Se não fizer isso, alerta Carvalho, o Brasil corre o risco de ter de passar por um racionamento mais adiante e ver frustradas as expectativas de crescimento para 2008.

"O governo está apostando todas as fichas em São Pedro, e as variáveis que potencializam o risco (baixo nível dos reservatórios, escassez de gás e aumento da demanda) estão cada vez mais intensas."

Foto por Eduardo – Recife – Bar Casa dos Banhos. A tranqüilidade energética portuária x o colapso asfaltico portuário

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