domingo, 9 de março de 2008

Sentado na esquina


C.C. um dos primeiros e últimos gênios do cinema, amado, odiado, criticado, venerado, reproduzido, copiado, plagiado, vulgarizado, estigmatizado, esse homem transformou nossos anseios e dramas, particulares ou sociais em momentos de arte. Na minha vida, C.C. entrou através de uma foto que eu teimava em tentar copiar, cheguei a desenhar o rosto de C.C. por centenas de vezes, até mesmo colocando-o em uma pedaço de vidro, este ficava colado em um espelho. Quando acorda pela manhã me olhava naquele espelho e me sentia um pouco " Carlitos", o espelho/quadro/vidro quebrou durante uma partida de futebol dentro do quarto (coisa de quem morou muitos anos em apartamento e jogava bola contra a parede para delírio de uma torcida imaginária), minha habilidade em desenhar ficou suspensa ou perdida em um passado próximo, meu interesse por seus filmes ainda é instigante. Semana passada ao assistir o Grande Ditador pela décima vez, pensei como seria bom um C.C. em nossos Tempos "modernos". A leveza com qual trata a crueldade da sociedade e suas relações de poder ainda não encontraram um desfecho, C.C. ainda continua sentado em alguma esquina, observando suas obras e a atualidade de suas críticas. Como diz Habermas visualizando " as chagas ocultas", que não se apresentam tão invisíveis,a marginalização social e a exclusão social golpeiam nossas faces diariamente, nossa capacidade de reação em alguns instantes parece tardia, desarticulada e sectária. "Nossos sonhos são os mesmo há muito tempo, mas não há mais muito tempo para sonhar..."
Ps. Infelizmente só podendo colaborar com a esquina uma vez por semana.As outras esquinas que não tenho deixado um recado de quando em vez...Desculpem mais uma vez...rs.

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