quarta-feira, 16 de julho de 2008

Sem foto - sem rastros...Apenas abusando das palavras

E eu estava sentado, olhando as vidas que aguardavam as intenções se dissiparem, a falta de originalidade ganhava repentinamente da vertigem. Do outro lado do muro, crianças resmungavam pedidos repetitivos de presentes (e) passados.

Na sala da aula a cada novo anúncio de vanguarda, surgiam em meus devaneios os/as poetas. E eu comemorava sentado com pequenos sorrisos e leves comentários publicáveis.

No corredor um grupo maior, formado em sua essência por atores e escreventes, ou seja, acadêmicos, perfilavam fórmulas absolvidas com fé e razão, continuavam satisfeitos, tal era a repetição de atos, pensamentos e lamentos.

Considerei um tempo que para dar densidade aos sentidos da vida através da ratificação de um pensamento o meio mais confortante seria repeti-lo até a exaustão. Considerava, mas não aplicava tanto, visto que, o martírio posto diante de quem por ações concretas atinge resultados diferenciados do que pretendido não necessariamente conduz à incoerência, obtusa são as tentativas e experiências, porém me condicionava a reboque dos julgamentos de um outro e outros.

Apesar dos anos passarem, aqueles que estavam nos corredores partiram para outros corredores, sem vacilações e munidos de outros que viriam lentamente ocupar aquele lugar onde silenciosamente algumas mentes ventilavam um lampejo de mocidade, eu ganhava em essência e perdia em pureza.

E bradei lascivamente:

É ssencial para nosso entendimento, que a proposta lançada pelo autor seja reconhecida como a possibilidade de interagir de forma mais contundente com alguns aspectos metodológicos de uma práxis que contenha alternância significativa para a propositura e postura política de uma expansão de significados.

Obviamente que não serão abordados nesse momento todos os aspectos, pois sempre poderemos retomar a partir de uma avaliação mais profunda, em face das circunstâncias sócio-econômicas, culturais e hermenêuticas que doravante iremos denominar de XYZ@ no momento em que iremos retomar o embate.

No momento exato entre o pânico e pinico circulei, tangenciei e aplaudi não só as minhas, mas as outras variações com as seguintes cogitações:

1. Buscaremos entender que a possibilidade do impulso, é algo que transcende não apenas minhas condições materiais, mas o lastro espectral das correntes pulsantes das nossas novas intencionalidades...

2. Seria inevitável não tecer alguns comentários, sempre se faz mister buscar uma alternância mais sistemática...

3. O quesito da profundidade permite que possamos nos encontrar em um campo contraditório...Onde a razoabilidade e a perspicácia deparam com outras sub-condições.

4. Diante de tais aspectos é importante, mas nunca suficiente...Deixo para o final, o grande final.

5. Não se pode deixar de vislumbrar tal perspectiva, mas o horizonte no momento não é esse...Verticalizados por nossas bandeiras, agiremos de acordo com o vento.

6. Seria útil no caso em tela levantar duas hipóteses: é possível constituir alguma hipótese? Caso positivo,é possível descartá-la?Caso negativo é possível reconsiderar a questão?No caso fora da tela, já não seriam três as hipóteses?

7. Não existiam tantos sonhos aqui antigamente...Sim acordamos atordoados sem que o despertador, nos redimisse a própria dor de despertar.

Era(é) ou não uma necessidade de se constituir como um presente intenso de uma memória despedaçada por caminhos retocados de doçura?É salgado demais o mar para quem navega no mangue.

Afinal ou final de contas ninguém que pagar...chego sempre em dias como esses faltando mais de mim do que em mim, pois, não gosto de ir ou ficar, apenas gosto,vivo de e da, perco as e os...

Antes de ler cada livro, eu não lia nada?Quem me leu?Nem eu!

Vou perder algo?Queria ganhar mais...Deixar mais...O dia foi longo para a curta mensagem em um blog.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nos corredores acadêmicos e nas esquinas da vida. Inquietações, inquietações[...],as vezes me pego a pensar nas motivações de ceguinha,que me levam entusiasmada a caminhar pelas ruas, satisfeita e com orgulho de ser 9por que o despertador ainda não tocou?). Noutras sou arrasada e digo: quanta ingenuidade! [será mesmo?]."É salgado demais o mar para quem navega no mangue". Fiquei muda, mas espero um dia construir uma quase-resposta.